Pensar a vida e viver o pensamento, de forma profunda e radical. Isso é filosofar.

Liberdade

      Leia com atenção os três blocos de texto que seguem. São textos nos quais estão expressas concepções diferentes sobre a liberdade. Pesquisa os autores e depois responda às questões propostas.

1. O determinismo
    "Os homens não são maus, mas submissos aos seus interesses... Portanto, não é da maldade dos homens que é preciso se queixar, mas da ignorância dos legisladores, que sempre colocaram o interesse particular em oposição ao geral. [...] Até hoje, as mais belas máximas morais não conseguiram produzir nenhuma mudança nos costumes das nações. Qual é a causa? É que os vícios de um povo estão, se ouso falar, sempre escondidos no fundo da legislação. Na Nova Orleans, as princesas podem, quando elas se cansam de seus maridos, repudiá-los para se casarem com outros. Neste lugar, não encontramos mulheres falsas, porque elas não têm nenhum interesse em ser falsas."

Helvetius, em Marx e Engels, Sagrada família, p. 130.


2. A relação entre liberdade e determinismo
    "Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado."

Marx, O 18 Brumário de Luís Bonaparte, p. 329.


3. A liberdade
    "Dostoievski escreveu: 'Se Deus não existisse, tudo seria permitido'. Aí se situa o ponto de partida do existencialismo.
      Com efeito, tudo é permitido se Deus não existe; fica o homem, por conseguinte, abandonado, já que não encontra em si, nem fora de si, uma possibilidade a que se apegue. Antes de mais nada, não há desculpas para ele.
      Se, com efeito, a existência precede a essência, não será nunca possível referir uma explicação a uma natureza humana dada e imutável; por outras palavras, não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade.
      Se, por outro lado, Deus não existe, não encontramos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não temos nem atrás de nós nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas.
      É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer.
      O existencialista não crê na força da paixão. Não pensará nunca que uma bela paixão é uma torrente devastadora que conduz fatalmente o homem a certos atos e que, por conseguinte, tal paixão é uma desculpa. Pensa, sim, que o homem é responsável por essa sua paixão.
      O existencialista não pensará também que o homem pode encontrar auxílio num sinal dado sobre a Terra, e que o há de orientar; porque pensa que o homem decifra ele mesmo esse sinal como lhe aprouver.
      Pensa, portanto, que o homem, sem qualquer apoio e sem qualquer auxílio, está condenado a inventar o homem."

Sartre, O existencialismo é um humanismo, p. 9.


1. Destaque, no texto do primeiro bloco, as ideias que podem ser consideradas como defesas do determinismo absoluto nas ações humanas.

2. Destaque, no segundo bloco, as ideias que podem ser consideradas defesas da existência de uma relação dialética entre liberdade e determinismo nas ações humanas.

3. Destaque, no texto do terceiro bloco, as ideias que podem ser consideradas como defesas da liberdade absoluta nas ações humanas.


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